O processo de urbanização tem transbordado do continente para as Ilhas, no município de Belém, ameaçando a reprodução nas ilhas de duas formas de ocupação: o processo informal de ocupação realizado nos sítios de várzea da área continental (as baixadas); a produção formal de loteamentos fechados sob propaganda de inserção na natureza. Em paralelo, a atividade turística adota as ilhas que ainda não são conectadas ao continente por pontes como destino para “experiências amazônicas”, próximo à cidade, oferecendo serviços de restaurante, hospedagem e fomentando a pressão pela por conversão de uso da terra, mudança de padrões espaciais, formas de produzir e de morar. A oficina será realizada em uma das ilhas de Belém (Combu ou Cotijuba), e no sábado serão ouvidos relatos das mulheres, que vivem e produzem coletivamente (frutas, verduras, açaí, etc.), ao longo de trilha pelos quintais da ilha, fornecedores de produtos para a gastronomia local, para escolas e feiras. Durante a conversa espera-se compreender as dificuldades que as famílias da ilha encontram face às mudanças espaciais e fundiárias. Após a trilha os participantes poderão almoçar e tomar banho de rio nos pequenos restaurantes. No domingo, espera-se que os participantes desenvolvam propostas dirigidas para as demandas colocadas pelas mulheres, tendo em vista o fortalecimento do seu papel de resistência / manutenção de práticas ligadas à natureza.
Organização: Taynara Gomes (PPGAU UFPA); Letícia Vicente (PPGAU UFPA); Movimento de Mulheres das Ilhas de Belém, Associação de Moradores da Ilha do Combu.
OBS: As despesas com transporte e alimentação ficarão a cargo do participante.